Uma correta iluminação no local de trabalho permite, aos trabalhadores, a criação de um ambiente visual seguro e o desempenho das tarefas visuais de forma eficiente, com precisão e sem causa fadiga e desconforto. A importância da avaliação da iluminância prende-se no facto de os olhos desempenharem um papel fundamental, sendo responsáveis por cerca de 80% dos estímulos sensoriais.

Enquadramento legal

  • A Portaria 53/71, posteriormente alterada, refere no Artigo 19º referente à iluminação natural que “As superfícies de iluminação natural devem ser dimensionadas e distribuídas de tal forma que a luz diurna seja uniformemente repartida a serem providas, se necessário, de dispositivos destinados a evitar o encadeamento”, ainda no Artigo 20º referente à iluminação artificial “A iluminação geral deve ser de intensidade uniforme e de modo a evitar sombras prejudiciais” e “Os sistemas de iluminação geral e suplementar devem ser instalados de forma a evitar o encadeamento”.
  • A Portaria 987/93, refere no ponto 8º Os locais de trabalho devem dispor, na medida do possível, de iluminação natural adequada”, caso não seja possível “Nos locais de trabalho que não possam dispor de iluminação natural adequada deve existir iluminação artificial, complementar ou exclusiva, que garanta idênticas condições de segurança e de saúde aos trabalhadores”.
  • Por fim o Decreto-Lei n.º 243/86, no ponto 2 artigo 14º refere “A iluminação nos locais de trabalho deve ser adequada aos requisitos de iluminação das tarefas a executar”.

O que é a Iluminância?

A iluminância é descrita como o fluxo luminoso que é projetado numa unidade de área numa superfície. A unidade de medida da iluminância é o lúmen/m2 ou lux.

Referente à iluminação, que pode ser natural ou artificial, face à artificial esta pode ser distribuída por três formas.

Quais as consequências de uma boa ou má iluminância?

Caso a iluminação não seja adequada, esta obriga o sistema visual a trabalhar mais de modo a compensar o esforço necessário para proporcionar a focagem da imagem. Este esforço adicional pode levar a sintomas descritos geralmente como fadiga ocular.

Os sintomas incluem:

  • Irritação (inflamação dos olhos e pálpebras pesadas);
  • Coceira;
  • Visão turva ou dupla;
  • Sintomas referidos (enxaquecas, fadiga e tontura).

Uma boa iluminação pode levar:

  • Maior desempenho e eficiência;
  • Melhor postura;
  • Diminuição da ocorrência de fadiga e desconforto ocular;
  • Maior segurança no trabalho.

Uma má iluminação pode levar:

  • Diminuição no desempenho e eficiência;
  • Fadiga e desconforto ocular;
  • Diminuição de segurança no trabalho.

Uma má iluminação também pode levar a outros efeitos. Uma resposta natural à iluminação ou reflexos, por exemplo, a aproximação à tarefa ou visualização desta de outra perspetiva, podendo originar posturas incorretas, levando a desconforto muscular.

Os aspetos mais comuns da iluminação que afetam os trabalhadores são:

  • Iluminância insuficiente;
  • Variação excessiva na iluminância;
  • Reflexo;
  • Reflexo em ecrãs de visualização;
  • Sombras;
  • Cintilação.

A má iluminação nos locais de trabalho pode levar a um aumento de custos, sejam diretos e/ou indiretos:

  • Aumento de absentismo
  • Dias de ausência (acidentes ou lesões)
  • Redução de eficiência e produtividade

Avaliação da Iluminância

A realização da avaliação da iluminância no âmbito ocupacional, segue as seguintes normas:

  • ISO 8995 – Lighting of indoor work places
  • EN 12464-1 – Light and lighting – Lighting of work places – Part 1: Indoor work places
  • EN 12464-2 – Lighting of work places – Part 2: Outdoor work places

A abordagem à avaliação da iluminância nos locais de trabalho é geralmente seguida pelos seguintes pontos:

  1. Determinação dos Locais a Avaliar
  2. Avaliação (utilização do luxímetro)
  3. Comparação com os Valores Recomendados*
  4. Determinação das Medidas a Implementar
  5. Elaboração do Relatório Final

*Os valores recomendados de iluminância (lux) diferem, dependendo da tarefa e da sua exigência visual.

A elaboração de uma avaliação de iluminância permite:

  • Avaliar as Condições de Iluminância que os Trabalhadores possam estar sujeitos
    • Nível de iluminância
    • Uniformidade
    • Localização das luminárias
    • Níveis lux recomendados
  • Melhorar as Condições de Segurança no Local de Trabalho
    • Efeito Estroboscópico
    • Efeito de Cintilação
    • Sombras
  • Melhorar o Desempenho dos trabalhadores
    • Diminuição da fadiga ocular
    • Diminuição do desconforto muscular
    • Diminuição no reflexo dos ecrãs de visualização
  • Garantir o Cumprimento com os Valores Recomendados
    • ISO 8995 – Lighting of indoor work places

A APO partner dispõe de um serviço de Avaliação da Iluminância em Locais de Trabalho, e realiza ensaios de iluminância no âmbito da Certificação BREEAM.

 

As informações aqui apresentadas não dispensam a consulta dos documentos originais (Ex: legislação, normas, etc…). O artigo reflecte uma análise do tema abordado à data da sua publicação.